terça-feira, 27 de outubro de 2009

O Ouvido de Dentro

Entender a verdade própria é um desafio e uma arte.
Fases e fases da vida, em que visão é atrapalhada pela névoa da emoção, ou pela incerteza do pensamento. E então ouvir com o ouvido interno, é o único caminho.
Que encontre o caminho, pode se passar de várias formas. Ouvindo uma bela música, emocionando-se em uma prática, contemplando o horizonte. Ou em um café, observando as pessoas passarem, e a vida acontecer.
Ou simplesmente em qualquer outro momento, que toque o coração, faça vibrar o corpo, sentindo todo o efêmero desmoronar perante os olhos.
Estejamos atentos, assim, para o próximo despertar...

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Nem oito nem oitenta

Em todos os procedimentos, evite os extremos. Habitue-se a enxergar que entre oito e oitenta há uma quantidade de alternativas. Mestre DeRose

A ponderação é uma das principais características a desenvolver durante a vida. Normalmente, não a temos bem maturada quando somos jovens, e conquistamos com o passar dos anos. Porém, pouquíssimas pessoas realmente alcançam este dom. Algumas profissões destacam-se especialmente pela necessidade de razão des-apaixonada, como por exemplo advocacia, diplomacia, entre outras.
Possuir a habilidade de julgar a partir de um pensamento sensato e razoável é a atitude mais adequada em todas as situações. Para isso, é necessário que se leve várias coisas em consideração. Uma atitude radical em relação a um problema ou conflito não é inteligente, e costuma ter efeitos somente em curto prazo.
Em primeiro lugar, em se tratando de pessoas, colocar-se no lugar do outro, e pensar como ele, é essencial. Muitos conflitos são gerados e levados ao extremo pela simples falta deste exercício.
Além disso, deve-se sempre buscar todas as alternativas de solução a um problema. Em seguida, pesar todas com as devidas consequências. Esta análise deve ser feita com olhos de lince, sem deixar-se arrastar pelo emocional, e, se possível, com a maior voz possível do intuicional.
A melhor decisão, e a mais difícil é, neste caso, não a decisão entre perdas e ganhos. Esta é mais fácil. A decisão que mais necessita de capacidade de julgamento é a decisão entre perdas e perdas. Sim, porque neste caso, nada saiu como planejado, e deve-se decidir por alternativas novas, e desapergar-se das expectativas anteriores.
Alguns setores trabalham bem neste sentido, através de damage control, controle de danos/perdas. Um exemplo é a área de alimentação, em que, por mais que se controle quase todas as variáveis passíveis de monitoramento, sempre há algum dano inesperado que prejudica algum lote de produtos, ou se for um restaurante, que provoca uma intoxicação, ou problemas de outras espécies.
Quando tenho que tomar qualquer decisão importante, minha mente ainda está embriagada pela emoção, ou meus pensamentos a mil não me deixam ver uma solução sensata, costumo dormir sobre o problema. Exatamente isso. Durmo pensando naquela situação, converso comigo mesma, e ao acordar, com as emoções tranquilas, a melhor solução aparece. Se não surge ainda, há resquícios de interferências, durmo mais uma noite sobre o problema.
As escolhas que fiz desta forma foram sem dúvida muito mais sensatas e racionais, do que as que decidi no calor das emoções. Algumas outras necessitam ainda mais do que uma ou duas noites de sono, mas de uma fase inteira. Nestes casos, é preciso confiar e ter uma visão mais ampla, pois a alternativa correta não se apresentou, ou você não é ainda capaz de vê-la.