quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Pensamento



Em última instância, resta o caminho da arte, para aquele que descobriu seu valor.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

A importância dos pequenos hábitos

Me dei conta muito recentemente da importância dos pequenos hábitos. Desde janeiro (e juro que não foi resolução de Ano-Novo), venho mudando radicalmente meus hábitos. Não de caso pensado, mas espontaneamente. Meu próprio ser pediu isso lá de dentro.

Quando chego em casa, a noite, por exemplo, nunca mais liguei a TV. Ao invés, tomo um bom banho, separo a roupa do dia seguinte, arrumo a casa. Abro a janela ao máximo e vejo a noite cair. Ultimamente, me delicio ao som da chuva caindo sobre as árvores vizinhas. Tenho a minha conversa diária comigo mesma, faço alguns minutos de concentração no bíja mantra ÔM, e durmo tranquila.

Pequenos grandes detalhes, que mudaram a minha vida significativamente. Pensando bem, com o quê andei alimentando meu corpo, minhas emoções e meus pensamentos antes de dormir? E ao acordar, como estava minha consciência?

Hoje, 3 manhãs por semana, desperto com as galinhas, antes do Sol nascer. Dirijo pelas ruas de São Paulo ainda vazias, e o cheiro do orvalho ainda paira no ar. As padarias começam a se agitar e me parece que seus trabalhadores são os únicos a dividir comigo estes momentos esplendorosos. E assim, chego no trabalho, antes de todos. Para o meu ritual diário, para a preparação das aulas. Preenchendo-me com a inspiração que a noite me trouxe. E assim estou pronta para a jornada diária.

São todas sensações divinas que tenho experimentado não em um ashram afastado e na mata. São sensações de uma grande metrópole, que pulsa como um grande coração em nosso país.

Além de tudo, posso fazer ainda mais, dos mesmos momentos, de forma muito simples. Ao tomar um banho, posso usar um massageador nos pés. Posso acender uma vela ou um incenso. Posso ouvir uma boa música, como ao cozinhar ou ao tomar café da manhã.

Antes de sair de casa, posso lembrar meus sentimentos aos seres amados. e beijá-los ternamente. E respirar gostosamente, como se fosse a primeira e vez. Posso conversar com alguém querido olhando no fundo dos olhos, sem pressa, e sem necessidade de falar. Posso deixar com que as palavras e os sentimentos me levem ministrando uma aula emocionante. Posso me entregar completamente durante uma prática...

E assim eu re-descobri que, em cada momento da vida, em cada gesto, em cada hábito, em cada intenção, pode-se mudar a vida. Pode-se mudar os outros. Pode-se mudar o mundo. Basta apenas que se olhe com o olhar da verdade, com o olhar puro dos que acabaram de vir ao mundo, longe dos vícios e das fórmulas feitas. Basta apenas que se contemple com todo o amor da terra...

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Final de Semana

Este final de semana, fomos para Águas de São Pedro, sítio do nosso aluno João Paulo. Foi um final de semana incrível, com práticas, comidinhas da Nina, conversas e brincadeiras. De quebra visitamos lindas cachoeiras em Brotas, que estavam cheias de água, por causa das chuvas de verão. Um verdadeiro evento de egrégora.
Aguarde fotos!

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Fluir da Vida



O fluir da vida é insconstante como as grandes marés. Na ressaca, segure no timão com alegria e percepção. Ciente de que a outra ponta da dualidade não o aguarda em vão.


Instrutor Fábio Euksuzian



Durante a vida, inúmeras vezes o inesperado acontece. Algo precioso é tirado de nós, e sofremos, na intensidade proporcional ao apego e emoção que se encontravam presos ao que foi perdido. Seja este objeto uma pessoa, um relacionamento, um emprego.

Boa parte deste sofrimento reside na experiência do apego, ou das expectativas construídas, criadas, e alimentadas, que de um dia para o outro, se esvanecem. E somos obrigados a nos reinventar, a mudar.
Em determinados momentos não conseguimos enxergar uma solução, ou uma luz ao fim do túnel, o que segundo os especialistas, é um dos sinais preliminares de uma possível depressão.
Porém, estes são os momentos, quando olhamos para trás, em que a vida mais nos ensina. Pois sobrevivemos, e vivemos, e nada mais é igual. Tornamo-nos mais fortes, aprendemos lições. Pessoas, acima de tudo, com mais humanidade. Com certeza muito mais humanidade do que nos momentos de torpor eufórico em que um dia atropela o outro, e atropela a essência, e atropela o viver, o sentir e o refletir.

No momento em que estamos vivendo esta drástica mudança, porém, devemos fazer um esforço, e usar toda a nossa consciência diferenciada e trabalhada. Mantendo em vista o cenário mais amplo. Lembrando-nos da essência, do púrusha.
A nossa essência mais sutil, que sempre foi e sempre será. Nosso diamante lapidado. Independente do que vivemos, o púrusha permanece, o púrusha é imutável. O púrusha, desta forma, não sofre. Quem sofre é o nosso ego, a partir de todos os seus comprometimentos e sua complexidade.
Aproximando-nos do púrusha, encontramos o contentamento inerte à vida, a serenidade do ser que existe sobre toda a cognição. E assim, podemos estar tristes, mas a felicidade permanece. Encontramos o contentamento, o contentamento natural. Entendemos que este momento, como todos, também passará. E novamente seremos e estaremos felizes e contentes, até o próximo ciclo de grandes aprendizados e mudanças.
Pouco a pouco, então, se não há mais o que fazer ou como lutar, substituímos a dor da perda pela assimilação das características que amávamos no objeto perdido. Incorporamos todos os momentos, todos os registros, como os melhores possíveis. E desta forma, nos tornamos mais completos.