Nunca fui fã de arroz. Principalmente branco. Pensava ser um desperdício de comida, pois não tem lá tantos nutrientes, e nem muito gosto. Passei anos sem sequer ter arroz na minha casa. Não fazia sentido, sempre estragava.
Eis que, há pouco mais de um mês, uma de minhas comidinhas prediletas é arroz. Com azeite. Rescém feito, fresco, com cheirinho de cebola refogada no azeite. Sem entender a lógica da minha vontade, simplesmente obedeço. E cozinho regularmente.
As necessidades do corpo não têm lógica. Ao menos não há necessidade que consigamos ver. O corpo simplesmente precisa, e pede. Numa intensidade menor que o das grávidas, mas pede. Nunca imaginei: que delícia!
E assim também passa com aspectos mais sutis do ser. A essência pede: mudanças repentinas, encontro com pessoas da infância, conhecer pessoas. Novos empreendimentos, novos investimentos, ou tempo de ócio. Tempo para criar artisticamente, ou dedicação para criar uma família. Ou simplesmente tempo. Para depois descobrir para quê.
E este pedido, o da essência, tem ainda menos lógica. Para a cabeça, e para o coração. Ele simplesmente chega, impondo-se, e resolve-se, da forma que encontrar. E este é o verdadeiro alimento. Da essência, da vida. Do aprendizado. O alimento que toca e transforma.
Quando se toma uma decisão ou se faz algo que muda toda a vida, e não se sabe porque, nem direito como, este foi um pedido. É um pedido de dentro, quase um grito, que precisava ser ouvido. Nenhuma destas perguntas importa. Porque na hora certa, as respostas aparecem.
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