quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

A importância dos pequenos hábitos

Me dei conta muito recentemente da importância dos pequenos hábitos. Desde janeiro (e juro que não foi resolução de Ano-Novo), venho mudando radicalmente meus hábitos. Não de caso pensado, mas espontaneamente. Meu próprio ser pediu isso lá de dentro.

Quando chego em casa, a noite, por exemplo, nunca mais liguei a TV. Ao invés, tomo um bom banho, separo a roupa do dia seguinte, arrumo a casa. Abro a janela ao máximo e vejo a noite cair. Ultimamente, me delicio ao som da chuva caindo sobre as árvores vizinhas. Tenho a minha conversa diária comigo mesma, faço alguns minutos de concentração no bíja mantra ÔM, e durmo tranquila.

Pequenos grandes detalhes, que mudaram a minha vida significativamente. Pensando bem, com o quê andei alimentando meu corpo, minhas emoções e meus pensamentos antes de dormir? E ao acordar, como estava minha consciência?

Hoje, 3 manhãs por semana, desperto com as galinhas, antes do Sol nascer. Dirijo pelas ruas de São Paulo ainda vazias, e o cheiro do orvalho ainda paira no ar. As padarias começam a se agitar e me parece que seus trabalhadores são os únicos a dividir comigo estes momentos esplendorosos. E assim, chego no trabalho, antes de todos. Para o meu ritual diário, para a preparação das aulas. Preenchendo-me com a inspiração que a noite me trouxe. E assim estou pronta para a jornada diária.

São todas sensações divinas que tenho experimentado não em um ashram afastado e na mata. São sensações de uma grande metrópole, que pulsa como um grande coração em nosso país.

Além de tudo, posso fazer ainda mais, dos mesmos momentos, de forma muito simples. Ao tomar um banho, posso usar um massageador nos pés. Posso acender uma vela ou um incenso. Posso ouvir uma boa música, como ao cozinhar ou ao tomar café da manhã.

Antes de sair de casa, posso lembrar meus sentimentos aos seres amados. e beijá-los ternamente. E respirar gostosamente, como se fosse a primeira e vez. Posso conversar com alguém querido olhando no fundo dos olhos, sem pressa, e sem necessidade de falar. Posso deixar com que as palavras e os sentimentos me levem ministrando uma aula emocionante. Posso me entregar completamente durante uma prática...

E assim eu re-descobri que, em cada momento da vida, em cada gesto, em cada hábito, em cada intenção, pode-se mudar a vida. Pode-se mudar os outros. Pode-se mudar o mundo. Basta apenas que se olhe com o olhar da verdade, com o olhar puro dos que acabaram de vir ao mundo, longe dos vícios e das fórmulas feitas. Basta apenas que se contemple com todo o amor da terra...

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